ATA DA NONA SESSÃO
EXTRAORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA,
EM 16-7-2014.
Aos dezesseis dias do mês
de julho do ano de dois mil e quatorze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às vinte horas e
quarenta e oito minutos, foi realizada a chamada, respondida pelos vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Cassio
Trogildo, Delegado Cleiton, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Guilherme
Socias Villela, Kevin Krieger, Marcelo Sgarbossa, Mario Manfro, Mauro Pinheiro,
Mônica Leal, Paulinho Motorista, Professor Garcia, Séfora Mota, Sofia Cavedon,
Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal.
Constatada a existência de quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos e
iniciada a ORDEM DO DIA. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Dr. Thiago, Mario Fraga e Valter Nagelstein. A seguir, foi
votado o Ofício nº 667/14, do Prefeito, que solicita a retirada de tramitação
do Projeto de Lei do Executivo nº 041/13 (Processo nº 3024/13), o qual obteve
dezessete votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos vereadores Sofia
Cavedon, Delegado Cleiton, Fernanda Melchionna, Kevin Krieger, Valter
Nagelstein e Engº Comassetto, em votação nominal solicitada pelo vereador
Professor Garcia, tendo votado os vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha,
Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo, Delegado Cleiton, Dr. Thiago, Engº
Comassetto, Fernanda Melchionna, Kevin Krieger, Marcelo Sgarbossa, Mario Manfro,
Mauro Pinheiro, Mônica Leal, Paulinho Motorista, Séfora Mota, Sofia Cavedon e
Tarciso Flecha Negra, votação essa declarada nula pelo Presidente, em face da
inexistência de quórum deliberativo. Durante
a Sessão, a vereadora Fernanda Melchionna e o vereador Valter Nagelstein
manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Às vinte e uma horas e vinte e um
minutos, constatada a inexistência de quórum, o Presidente declarou encerrados
os
trabalhos, convocando os vereadores para a Nona Reunião Ordinária da Segunda Comissão Representativa, a ser
realizada amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo
vereador Professor Garcia e secretariados pelo vereador Guilherme Socias
Villela. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada,
será assinada pelo 1º Secretário e pelo Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Havendo quórum, passamos à
Ordem
do Dia.
Em discussão o PLE nº 041/13. (Pausa.)
Apregoo
Requerimento de autoria do Prefeito Municipal. (Lê.): “A Sua Excelência o Sr.
Professor Garcia, Presidente da Câmara Municipal, nesta Capital. Sr.
Presidente, cumprimentando-o cordialmente, solicito que Vossa Excelência
determine a retirada de tramitação, neste Legislativo, por ora, do PLE nº
041/13, Processo nº 3024/13. Atenciosamente. José Fortunati, Prefeito.” Em
votação. (Pausa.)
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Em votação o que, Presidente?
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Requerimento de retirada do Projeto.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Mas eu tenho uma questão de ordem. Uma
vez que entrou em votação, que V. Exa. anunciou, é possível retirar?
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Ele não entrou em votação. A Ver.ª Sofia
Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria
do Prefeito Municipal.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu estou
tão impactada quanto todos os Vereadores, inclusive vários da situação. Quero
lamentar profundamente, porque o empenho do Governo por horas, horas e horas
para aprovar a telefonia, o alargamento dos critérios para a instalação de ERBs
com todas as recomendações contrárias do Conselho Estadual de Saúde, dos órgãos
de Justiça deste Estado, foi incrível, incrível o empenho deste Governo! O
Governo do Município de Porto Alegre! O Governo do José Fortunati! O Governo do
Sebastião Melo e dos Vereadores que sustentam essa base! O incrível empenho,
uma absoluta indisposição de aceitar que, em dez minutos, nós tivéssemos votado
o projeto de reestruturação da FASC, uma absoluta indisposição de respeitar a
construção dos trabalhadores da FASC, do Simpa, junto com a direção da FASC e
com o próprio Governo. A esta hora da noite, 21h, depois de horas de discussão
das ERBs, de ponderações, de construções de emendas, o Governo se manifestar e
dizer que não votem, quando frustrou uma vez e quando se empenhou tanto na
telefonia é, de fato, uma demonstração do que nós vínhamos dizendo, não era
apenas uma disputa político-partidária de oposição em relação á situação. Não
era. Não era! É o próprio Governo que assina o atestado de que os interesses de
mercado são, sim, importantes; ele, eleito pela democracia, eleito pela
cidadania, assina, manda para cá e diz: Não, a estruturação do SUAS, a
organização dos trabalhadores, do atendimento das famílias vulneráveis não têm
importância, ficam para o segundo semestre. Agora, o empenho para votar a
alteração das ERBs, esse foi todo, foi generoso, foi aplicado, foi sistemático,
foi disciplinado, foi sacrificado, inclusive, com a representação do Governo
aqui. Nós queremos registrar, enquanto Bancada do Partido dos Trabalhadores, a
nossa repugna, a nossa indignação, o nosso protesto com essa postura do Governo
Municipal. Inclusive, a nossa solidariedade ao ex-Presidente da FASC, Kevin
Krieger. Solidariedade, Kevin, não deverias ter te rendido à imposição feita na
segunda-feira e no início desta tarde. Imposição que agora demonstra o seu
verdadeiro sentido: não respeitar a construção dos trabalhadores, é, de novo,
não priorizar a população vulnerável; é, de novo, praticar assédio moral,
praticar violência contra os trabalhadores da assistência social deste
Município. É, de novo, debochar da cara da cidadania, porque se tinha tanto
acordo, inclusive nas emendas – em duas – retirar, por que não se vota a
reestruturação da FASC? Então, fica o nosso repúdio, a nossa indignação, a
nossa promessa de que a cidade de Porto Alegre saberá bem que Governo é este
que governa esta Cidade, que a prioridade é a especulação imobiliária, é o
capital de exploração do transporte coletivo, é garantir as telefonias, é
garantir o financiamento de campanha, essa é que é a verdade! E não garantir à
ação social da Prefeitura, a sua capacidade de resolução, a sua potencialização
das políticas nacionais que enfrentam a pobreza e a miséria e a desagregação social.
Eu quero pedir desculpa, em nome da Câmara, aos trabalhadores da FASC, desculpa, de novo, já pedimos quando vocês saíram no início da tarde, e, de novo, pela televisão, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores. Porque nós, minoria, infelizmente, pagamos o mico, temos o vexame e pagamos a vergonha desta Câmara não conseguir, enquanto ente autônomo, independente do Executivo, ser desta maneira: independente, autônomo e aqui, sim, respeitar a cidadania. É lamentável, que triste fim de semestre na Câmara de Vereadores de Porto Alegre.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Delegado Cleiton está com a
palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Prefeito
Municipal.
O SR. DELEGADO CLEITON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu sou
um Vereador da base, sou um Vereador que respeita muito as decisões do nosso
Governo, mas também sou um Vereador que honra o fio do bigode. Eu acho que
estivemos aqui, negociamos, conversamos, houve acordos aqui, estamos até agora
aqui, e, mesmo sendo um Vereador da base, não acho justo, então, votarei contra
o Requerimento do Sr. Prefeito Municipal. Nós devemos isso a quem segura, a
quem carrega o piano nesta Cidade, que são os funcionários públicos. Então,
houve um acordo inicial, e não é a primeira Sessão, foi encaminhado pelo
Governo, foi acertado por quem trabalhou muito por esse projeto, que foi alguém
que defende muito a base do Governo, que é o Kevin, e eu não acho justo isso,
então, votarei, sim, contra. E é triste dizer isto, mas estou até agora aqui, e
repito, sou do tempo do fio do bigode: vou votar contra o Requerimento.
Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a
palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Prefeito
Municipal.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras, eu queria registrar a nossa indignação diante desse golpe, dessa
manobra, desse Requerimento escandaloso que o Governo nos manda, não no fim dos
45 minutos do segundo tempo, mas depois do fim da partida.
A
verdade é esta: são 21h, nós discutimos durante três horas a necessidade de
inverter a ordem dos trabalhos, e em dois minutos votarmos o projeto da FASC.
Nós tivemos a mesma sensibilidade na segunda-feira, e o Governo não só não
garantiu a votação do projeto dos trabalhadores como votou em regime de
urgência o projeto que interessa às grandes empresas de telefonia.
Mesmo assim, nós tínhamos uma expectativa: eu liguei para a Leila, para dizer que, talvez, entrasse hoje; deixaram as suas atividades o Agnaldo, a Marilu, o Robert, representando os trabalhadores que, durante a tarde inteira, estiveram nesta Câmara de Vereadores, conosco, exigindo que esta Casa votasse um projeto que é bom para a cidade de Porto Alegre, que é um projeto que responde às políticas de assistência social, que é um projeto que acordávamos, inclusive, em não discutir as emendas que foram apresentadas a partir das discussões com a categoria. Agora, chega este Requerimento, que mostra o tamanho do autoritarismo do Governo e o tamanho desrespeito que ele tem com os trabalhadores municipais que cumprem os serviços públicos; com os trabalhadores municipais que ficarão no serviço público quando ele, felizmente, deixar de ser Prefeito; com os trabalhadores municipais que conhecem as políticas públicas de assistência e que sofrem com a sobrecarga de trabalho; e com os Vereadores, que acreditaram que era possível votar, na noite de hoje, abrindo uma Sessão Extraordinária. Mesmo que nós tenhamos divergências políticas profundas em vários temas, alguns Vereadores tentaram fazer o acordo, e eu fico muito contente com a posição do Ver. Delegado Cleiton dizendo que vai recusar este Requerimento e votar contra.
Eu
quero fazer um apelo, aqui, aos Vereadores. Nós queremos que os Vereadores de
todos os partidos da base do Governo mantenham a coerência com os discursos que
foram feitos durante à tarde, quando as galerias estavam lotadas, de que o
problema eram as ERBs, que mantenham a coerência com a discussão que houve,
Ver. Tarciso, com os trabalhadores da assistência. Vamos rejeitar este
Requerimento e votar o Projeto, que é um projeto para a cidade de Porto Alegre.
Vamos rejeitar este Requerimento e rejeitar uma política autoritária que
desrespeita os trabalhadores municipais!
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Kevin Krieger está com a
palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Prefeito
Municipal.
O SR. KEVIN KRIEGER: Presidente, boa noite a todos,
principalmente aos que estão nos assistindo em casa. Desde segunda-feira, nós
estamos fazendo a discussão da votação desses dois projetos importantíssimos
para a cidade de Porto Alegre. Aprovamos o primeiro, e, desde segunda-feira,
ficou acordado que o projeto da Fundação seria priorizado e que seria o segundo
a ser votado. E nós estamos aqui, às 21h15min, porque os trabalhadores e os
servidores da Fundação, que administram abrigos e albergues por 24 horas, sendo
que as pessoas que acessam os serviços não têm onde dormir, não têm do que se
alimentar, não têm a mínima condição muitas vezes de sobrevivência e da
garantia dos seus direitos. E são os servidores desta Fundação que, ao longo de
muitos anos, vêm buscando esta construção, Ver.ª Mônica. E essa construção,
para que todos saibam, foi uma construção interna de dentro do Governo, foi uma
construção que durou um ano e meio, foram quase dois anos construindo este
projeto de lei; um projeto de lei debatido e conversado com os servidores da
Fundação, um projeto de lei que, sem dúvida nenhuma, vai avançar, e muito, nos
serviços da Assistência Social, que vai sair da prática do SUAS para a
regulamentação do SUAS. E Porto Alegre está perdendo a oportunidade de ser uma
das primeiras Cidades no país a regulamentar o Sistema Único da Assistência
Social por Lei Municipal. Vereadores da base, Ver. Mario Fraga, que está
assumindo a Liderança do Governo numa tarde muito difícil, e te empenhaste
muito para isso, eu reconheço o seu trabalho, um excelente trabalho, fica aqui
a minha indignação e a minha frustração. E não é com o Governo, é para com as
pessoas que acessam os nossos serviços, Ver. Mario Manfro, para com as pessoas
que necessitam de trabalhadores com disposição, num trabalho que é muito
difícil de executar no dia a dia, à noite, por 24 horas. Eu ainda digo mais:
hoje à tarde, fui voto vencido, e respeitei quando pedi que nós votássemos a
FASC primeiro, e nós votamos as ERBs primeiro. Mas fiquei aqui até o final das
ERBs, respeitando a votação, e eu tenho a convicção de que nós precisamos, sim,
dar quórum e derrubar este Requerimento que vem do Governo, porque nós temos
que modernizar a nossa Cidade, como fizemos hoje à tarde, no Projeto das ERBs.
Então antes de qualquer coisa nós precisamos, sim, Ver. Cassio, votar a FASC e
votar também as Emendas do Plano Cicloviário que estão pendentes e que são
muito importantes para Cidade. Eu vou ficar aqui até o último minuto, não vou
me render. Mesmo que hoje a gente não vença, eu serei um dos primeiros a
carregar essa bandeira que venho carregando há muitos anos na Fundação. São
cinco anos.
(Aparte
antirregimental da Ver.ª Sofia Cavedon.)
O SR. KEVIN KRIEGER: Não, eu vou convencer o Governo. Eu vou
convencer o Governo do quanto é importante esta votação, Ver.ª Sofia, do quanto
é importante atender bem a nossa Cidade e os cidadãos que acessam os nossos
serviços e precisam da garantia de direitos! É isto que eu vou fazer: convencer
este Governo, e espero que comece hoje à noite.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Valter Nagelstein está com a
palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Prefeito
Municipal.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: A primeira questão: nós estamos aqui
transmitindo por este canal para muitas casas, o Regimento proíbe, nós não
podemos entrar em conflitos nem portar camisetas com slogan ou propaganda.
Então, é regimental, Ver. Delegado Cleiton.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Ver. Valter...
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente, eu tenho liberdade aqui.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Mas eu vou lhe dar depois no microfone de
apartes.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Eu queria deixar este registro.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O mandato é seu...
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Se o senhor não proibiu a Vereadora de
subir à tribuna com esta camiseta, o senhor não pode me cercear a palavra,
desculpe-me, vamos restabelecer a acuidade. Só para ficar o registro. O fim do
terrorismo no Oriente Médio passa pelo fim do Hamas.
Sr.
Presidente, sobre esta questão eu quero dizer o seguinte: tem 2,5 mil moradores
de rua...
(Aparte
antirregimental da Ver.ª Fernanda Melchionna.)
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Ver.ª Fernanda, a senhora é uma
totalitária, por favor, respeite-me.
(Aparte
antirregimental da Ver.ª Fernanda Melchionna.)
O SR. VALTER NAGELSTEIN: A senhora está envolvida nos movimentos violentos, de
depredação da Prefeitura, de pichação da Cidade, por favor, respeite-me! Por
favor, respeite-me. O seu Partido tem essa tradição de não respeitar, de
ofender e de desqualificar. Aliás, é didático este momento que estamos vivendo
aqui. É didático. Nós estamos aqui, são 21h10min, respeitando os servidores da
FASC, porque nós dissemos anteriormente que iríamos votar. Nós fomos
ultrajados, nós fomos agredidos, nós fomos ofendidos por força de dois ou três
partidos político que utilizam o sindicato – e eu tenho liberdade, graças a
Deus, porque é uma democracia –, utilizam o Simpa, o Sindicato dos Municipários
como massa de manobra, esses mesmos que não me deixam falar. Nós dissemos: “Nós
queremos votar”, mas há um outro assunto que está há um ano nesta Casa, já
definimos na reunião de Mesa e de Líderes, que está prioritário, que nós vamos
votar e vamos votar o de vocês, como de fato estamos fazendo aqui. Nós estamos aqui para
votar. O meu desejo, inclusive, era de votar favorável. Existem 2.500 moradores
de rua em Porto Alegre que precisam desse tipo de assistência, que moram em
praças, que infelizmente as transformam em habitações, às vezes, fazendo as
ruas de banheiro. A legislação brasileira está equivocada, porque não pode ser
só essa abordagem: olha, o senhor quer ir? Tem pessoas que não têm condições.
Nós tínhamos de ter um centro para levar essas pessoas, dar uma boa comida, dar
um bom uniforme; quem sabe trabalharem em uma horta para levar produtos para as
creches de Porto Alegre! Por que não se faz isso? Não! Querem ficar lá? Fiquem
lá! Está errado! Gastam-se às vezes milhões para urbanizar uma praça, vão três,
quatro moradores de rua e a população do bairro já não pode mais usá-la.
Então precisamos olhar com atenção para a FASC.
Agora, se precisamos ter respeito com eles, o respeito tem que ser recíproco!
Não posso ser um Vereador com mandato concedido pelo povo da Cidade e sair ali
e uma senhora me dizer que sou um Mauricinho fascista! Que mundo é este? Porque
estou sustentando as minhas ideias! Não, porque ela é estimulada por uma
vertente política que não sabe fazer outra coisa quando tem os seus interesses
contrariados, senão desqualificar e acusar, como nos acusaram todo o dia de
hoje, de estarmos advogando os interesses das telefônicas, quando nós queremos
o interesse das pessoas que têm o direito de ter telefone de qualidade! Se
tivesse permanecido na Ordem do Dia, eu digo a vocês, inobstante a todas as
ofensas que me fizeram, que eu teria votado com vocês porque eu respeito o
servidor público. Mas não posso dizer que a recíproca seja verdadeira. Respeito
gênero, cor, credo! Agora, uns que transformam os seus interesses corporativos
muitas vezes acima do interesse público. Eu disse aqui que quem é do sindicato
é sagrado e pode ficar fazendo política. Quem é servidor e tem que bater ponto,
porque eu, com meu imposto, cada um com o seu imposto paga esse salário do que
está trabalhando e enchendo galeria para servir de massa de manobra para a
oposição da Casa.
Que bom, Sr. Presidente, que nós vivemos a
democracia, que o meu Partido PMDB tem no seu DNA a democracia para que a gente
possa falar, porque alguns têm a aspiração fundamental em nos calar. Alguns se
travestem de democratas, mas querem nos calar, e nós não vamos nos calar. Nós
estamos aqui para afirmar que não vamos ser massa de manobra, que gostaríamos
de votar com vocês e que sabemos que a questão do morador de rua é muito grave,
mas, apesar de tudo isso, nós repudiamos este tipo de política sectária e que
responde a interesse de um ou dois partidos políticos, que aparelha esses
sindicatos. Todos sabem quem é. Viva a Câmara de Vereadores! Viva o Parlamento
brasileiro! Viva a vontade do povo que nos colocou como maioria! Viva a
democracia, que nós vamos lutar permanentemente por ela. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Prefeito Municipal, pela
oposição.
O SR. ENG.º
COMASSETTO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, quero dizer à população de Porto
Alegre, aos trabalhadores da assistência social que aqui estão, que labutam de
dia e de noite, que venho aqui, como líder da oposição, do PT, do PSOL, e do
PCdoB, dizer que nós estamos aqui como oposição para votar um projeto que foi
acordado inicialmente nesta tribuna. E nós não damos acordo para qualquer
colega vir aqui à tribuna destilar ódio, fazer provocações, na maioria das
vezes baratas, porque nós temos que respeitar. Eu tenho inúmeras divergências
com o PSOL, inúmeras, assim como tenho com outros partidos, mas defender um
povo que está sendo esmagado, que é o povo palestino que está sendo
assassinado, não dá para usar esta tribuna e destilar ódio em nome da
intolerância.
Vereadora
Fernanda, você sabe que tem a solidariedade dos partidos que represento aqui e,
certamente, de vários outros partidos da base do Governo, que nós sempre
construímos uma sociedade de paz. Há poucos dias, Porto Alegre recebeu os
argelinos, os alemães, os holandeses, os islâmicos, os ortodoxos, enfim, todos
com paz e desfilamos juntos, Ver. Brasinha. Mas eu quero dizer ao Vereador,
líder que representou o PMDB aqui, que o mensageiro do desrespeito a esta Casa,
há poucos minutos, se chama Gil Almeida, que é um quadro do PMDB. Portanto, não
venha aqui fazer demagogia em nome do PMDB nesta tribuna. Tem que cobrar
responsabilidade política, sim! O mensageiro que entregou o Requerimento para
retirar o projeto neste momento, desrespeitando esta Casa, saiu do Gabinete do
Vice-Prefeito, Sebastião Melo, que é do PMDB – o Gil Almeida é do PMDB.
Portanto, vai arrumar a Casa primeiro para, depois, vir defender aqui. Nós
estamos aqui e acordamos ficar até a hora necessária para votar esse projeto.
Digo mais, é um projeto que, inicialmente, Ver.ª Sofia, não tinha acordo,
porque criava um conjunto de CCs, apontou-se um conjunto de emendas para
qualificar. Justificam que é necessário aumentar o quadro de funcionários. É
obvio que é um projeto que trata dos excluídos; nós estamos aqui discutindo uma
política dos excluídos. E aqueles que são contra a que Porto Alegre seja uma
cidade que inclua, como o Brasil está fazendo hoje, sob o nosso ponto de vista,
Ver.ª Fernanda, que tem os quilombolas, são os mesmos que vêm à tribuna dizer
que negros, índios e aqueles que não têm recursos econômicos, não têm dinheiro,
é tudo que não presta. Não, nós temos que trabalhar por uma política de
inclusão, uma política com “P” maiúsculo.
Eu vou concluir esta fala dizendo que cada um é
livre para dizer o que bem quiser dizer, mas a liberdade é pautada nos
princípios do respeito, de não destilar ódio, em que a intolerância não pode
ser fomentada, seja por quem for. Os Vereadores aqui não podem ameaçar o outro
Vereador de morte. Aqui, o Vereador não pode ir à tribuna para desrespeitar as
pessoas que aqui estão. É isso que tem que ser analisado a todo o momento.
Portanto, em nome dos Vereadores que estão aqui, quero dizer aos funcionários
da FASC que aqui estão, aos lutadores sociais, que esta é uma Casa política,
Ver. Ferronato, e nós temos que nos respeitar mesmo tendo divergências uns com
os outros. Nós somos construtores da paz e de uma Cidade que inclui. Portanto,
esse projeto tem que ser votado porque esse foi o acordo. E acordo na política
só tem um sentido: cumpri-lo. Um grande abraço. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Em votação nominal, solicitada por esta
Presidência, o Requerimento de autoria do Prefeito Municipal. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) Dezessete Vereadores presentes. Não há quórum.
Está encerrada a Ordem do Dia e os trabalhos da
presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 21h21min)
* * * * *